A falta de referenciais, a confusão de papéis, a inversão de valores na sociedade atual tem cobrado um alto preço na formação das gerações. Como pais, autoridades instituídas por Deus na vida dos filhos, necessitamos compreender que não existe educação neutra. O grande perigo é que nem sempre damos a atenção devida a esse ponto crucial e construímos nossa percepção de educação sobre qualquer base, a bíblia é categórica acerca do perigo relacionado à negligência dos fundamentos. É fundamental discernir a maneira como fomos ensinados a pensar. Por muito tempo como cristãos fomos ensinados a pensar de maneira humanista e com grande crítica ao pensamento cristão.
A educação pode ser vista sob diferentes ângulos: como atividade social, econômica, política ou religiosa. Se buscarmos sua definição no dicionário, encontraremos: “Processo para o desenvolvimento físico, intelectual e moral de um ser humano, através do conjunto dos métodos empregados nesse processo, instrução, ensino.” – Dicionário Houaiss.
Vemos a educação como um processo de preparar uma geração para cumprir seu propósito na história, agregando valor à sociedade a partir da compreensão de sua identidade e vocação.
Quão conscientes somos disso? Quão compromissados, como pais, educadores, líderes, a cumprir nosso papel de educar para uma vida melhor, entendendo os complexos fatores envolvidos na formação das competências e do caráter?
Certamente que a maneira como encaramos a criança e a educação, seja na posição dela dentro do contexto familiar, nas interações de convívio, nos detalhes que nortearão o caráter, no trato às pessoas ou instituições, nas relações sociais, no processo de comunicação, fará muita diferença no que veremos como fruto.
Apesar de todos os recursos que essa geração tem para seu desenvolvimento, parece às vezes que caminha para o colapso. Há indicadores do aumento alarmante da depressão infantil e juvenil, do suicídio nessa faixa etária, além da crescente dificuldade dos jovens de hoje em se inserir produtivamente no mercado de trabalho, em todo mundo, pais perdem o sono com problemas semelhantes que ameaçam seus filhos: drogas, apatia, gravidez precoce, violência…
Educar é um projeto de vida, foi o próprio Deus quem a inseriu na humanidade. O mandato do Criador à primeira família da Terra para que dominasse a natureza, implica entender como ela funciona e transmitir esse conhecimento. E a grande comissão de Jesus, aos primeiros membros da sua igreja constituída, foi: “…fazei discípulos de todas as nações, ensinando-os a guardar todas as coisas que vos tenho ensinado”. Portanto, para nós, que cremos em Jesus Cristo e almejamos servi-lo, não há outra possibilidade de educar nossos filhos, a não ser em uma perspectiva e visão bíblica.
“Não vos ponhais em jugo desigual com incrédulos, porquanto que sociedade pode haver entre justiça e a iniquidade? Ou que comunhão, da luz com as trevas?” – 2º Coríntios 6.14
A discussão relacionando o jugo desigual faz parte de uma série de admoestações feitas pelo apóstolo Paulo à igreja de Corinto sobre como deve ser a vida cristã. Paulo aconselhou os cristãos de Corinto a evitarem fazer concordância desigual com aqueles que não creem em Cristo Jesus, porque os valores morais cristãos são diferentes dos valores comum humano.
Simplesmente um cristão temente a Deus e um descrente não tem princípios comuns entre si, assim como ensinou Jesus em 1º João 2:15-17 – “Não ameis o mundo, nem o que há no mundo, a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida, não vêm do Pai, mas sim do mundo”.
Que o Senhor nos conceda discernimento, visão e sabedoria na educação desta geração.
Veronica Santos Marconi
Pedagoga
Mestre em Educação Cristã pela FCU-Flórida Christian University
Diretora Geral IAVEC