No dia 08 de março comemora-se o dia da mulher. Embora tenha o pretexto de homenagear as mulheres, que e é algo válido e louvável, precisamos meditar no que há por
trás desta data em nosso contexto atual.
Veremos, de forma breve e sucinta, a mulher no plano soberano de Deus, conforme descrito na Bíblia, e a identidade da mulher de acordo com a sociedade secular, para compararmos.
Vejamos, primeiramente, o papel da mulher no plano soberano de Deus. Leiamos o texto de Gênesis 2:18:
“Disse Deus: Não é bom que o homem esteja só. Vou fazer uma auxiliadora idônea que lhe corresponda”.
Podemos ver aqui que o plano de Deus foi o de formar a mulher para ser auxiliadora idônea do homem. O que este termo significa? Na prática, a mulher complementa o homem no tocante ao mandato cultural, ou seja, ao pleno propósito pelo qual Deus criou a ambos. Veja que a mulher foi criada com a mesma dignidade do homem, pois ambos foram criados à imagem e conforme a semelhança de Deus. – (Gênesis 1:27).
O secularismo (a sociedade formada por seres humanos que rejeitam Deus e Sua soberana vontade) e algumas religiões veem a mulher como inferior ao homem. Esta visão, denominada como machista ou patriarcal, culmina em vários desdobramentos como a mulher como mero instrumento de reprodução ou como objeto sexual. Infelizmente, tais descrições são reais. No entanto, o levante secular chamado de feminismo, a fim de combater esta visão errônea, se torna tão errônea quanto.
No feminismo, grosso modo, partindo do pressuposto de que a mulher é vista como inferior e subalterna ao homem, as mulheres devem se levantar e assumir o posto de poder e domínio. Esta visão é claramente sustentada pela proposta marxiana de luta de classes, cuja vitória e proeminência da classe feminina sobre a masculina acontecerá através da chamada práxis revolucionaria, que consiste na “derrubada violenta de toda ordem social existente”1. Ou seja, a mulher é vista como a classe que deve subverter a ordem dos gêneros, fazendo sucumbir toda a masculinidade vigente, a fim de sobrepujar o homem e colocar a mulher no topo do status quo.
Entretanto, a Bíblia afirma que a mulher não foi criada para estar/viver abaixo (visão patriarcal) ou acima (visão feminista) do homem, mas ao lado dele. A hierarquia na ordem criacional de Deus não é vertical, mas horizontal. Ou seja, homem e mulher foram criados com funções diferentes, e não maiores ou menores entre si.
Foi neste mote que o apóstolo Paulo afirmou:
“Maridos, amai vossas mulheres como Cristo amou a Igreja e se entregou por ela” (Efésios 5:25)
Amar a esposa é estar disposto a morrer por ela se for preciso. É amá-la ao ponto de se sacrificar por ela em todos os níveis. Ou seja, é considera-la superior (no quesito
valor e honra) a si mesmo. Para a mulher (esposa), o mesmo apóstolo declarou: “As mulheres estejam sujeitas (submissas) aos seus maridos, como ao Senhor” (Efésios 5:22). Se o
marido deve amar a esposa como Cristo amou a Igreja ao ponto de morrer por ela; a esposa, reconhecendo o valor e a honra que o marido lhe confere, deve ser sujeita ao marido como demonstração de Sua obediência (ação de Graças) a Deus. Não é fácil uma mulher amar um homem que a ama ao ponto de estar disposto a morrer por ela e a trata com a dignidade a qual Jesus trata a Sua Igreja?
Abordei tudo isso para demonstrar um pouco do valor que Deus, através de Suas Sagradas Escrituras, atribui à mulher. Jesus deu esta importância às mulheres. Tanto
que, contrariando o costume religioso da época, permitiu que mulheres O acompanhassem durante Seu ministério terreno (Lucas 8:1-3). Além disso, as primeiras pessoas as quais Ele Se revelou depois de ressuscitar foram três mulheres: Maria Madalena, Salomé e Maria, mãe de Tiago (Marcos 16:1-6). Isso quando ninguém nem as olhava de perto. Deus concedeu à mulher o privilégio de gerar filhos.
Quando Ele concedeu o mandato cultural de encher e governar sobre a terra, a fim de que Sua Soberana vontade fosse manifesta em toda a criação através do ser humano (Salmos 115:16), o intento de multiplicar contava com o dom da maternidade reservado às mulheres.
Com isso, vemos que a luta da valorização e reconhecimento das mulheres como dignas de honra e respeito não é nova e nem foi iniciada pelo movimento feminista, ao
contrário, ela é primariamente cristã.
A visão que nossa cultura oferece e que têm sido amplamente aceita é um consolo triste, que troca a glória da força feminina por uma corrida em esteiras para lugar nenhum. E o que oferece em troca? Mulheres que lutam contra si mesmas, em guerra com a aparente redundância de dois cromossomos X e, em uma competição para a qual nunca fomos feitas, e, em nossos corações, realmente não queremos vencer.
A visão da feminilidade descrita por Deus nas Escrituras não é apenas certa e deve ser obedecida, mas é experiencialmente melhor do que tudo que o mundo diz que tem
a oferecer.
Deus nos fez para a glória, mulheres. Não a glória que termina em nós, mas a glória que se gasta glorificando e apontando tudo para Cristo. Onde, a não ser nas Escrituras, poderíamos encontrar uma visão da feminilidade tão gloriosa quanto esta?
Matheus Viana
Capelão IAVEC